sexta-feira, 7 de março de 2014

Nietzsche



Nietzsche - UMA VISÃO DA ARTE 

Nietzsche representado em pintura de Edvard Munch (1863–1944)

 Notícia:

Nietzsche teria sido o último
metafísico?
A polêmica está no estudo de Heidegger:
Embora, para o próprio Nietzsche, o conhecimento não passe de uma interpretação, é preciso - como diz Gilles Deleuze - que a interpretação não desfigure demais o objeto que ela pretende "conhecer". É verdade que Nietzsche tem paixão pelos enigmas; é verdade também que alguns de seus aforismos exigem mais de seus leitores do que muitos livros escritos por aí. No entanto, Nietzsche está longe de ser um escritor hermético, que gosta de confundir. Ele mesmo pede a todos: "Não me confundam!" E, para isso, é preciso não tomar seus conceitos isoladamente, como se eles tivessem vida própria fora do contexto geral de sua obra. É preciso entender em que sentido (ou sentidos) o próprio Nietzsche usa os conceitos. Ou, então, pode-se entender mal o que significa a sua luta contra a metafísica, a sua crítica à verdade e à razão, ou a sua idéia do super-homem como aquele que rompe definitivamente com o niilismo e afirma o "sentido da terra", ou seja, afirma esse mundo, essa vida (e não só afirma, mas a deseja de tal maneira que a quer de volta infinitas vezes).
Infelizmente, Nietzsche foi quase sempre muito mal compreendido, sendo vítima das mais absurdas imposturas. Mesmo entre os chamados grandes pensadores, não faltaram aqueles que o interpretaram à luz de idéias que estavam longe de serem as suas (seja para o bem, seja para o mal). Dentre esses pensadores, é impossível não mencionar seu compatriota Martin Heidegger, que transformou Nietzsche no "último dos metafísicos", fazendo dele um enunciador do ser. Não há aqui qualquer desrespeito com relação ao grande filósofo de O Ser e o Tempo. Ninguém põe em dúvida a imensa erudição de Heidegger e a originalidade de muitas de suas interpretações na história da filosofia; mas fazer de Nietzsche um metafísico é, no mínimo, profundamente polêmico. É verdade que Heidegger chama a atenção para o valor da obra nietzschiana e coloca o filósofo do Zaratustra como decisivo para os rumos do pensamento contemporâneo, mas não sem transformá-lo em tudo aquilo que ele próprio negou e criticou.
Com o lançamento do primeiro dos dois volumes de Nietzsche (pela Forense Universitária), o leitor brasileiro terá acesso à concepção heideggeriana desse Nietzsche Metafísico. Composta por cursos ministrados na Universidade de Freiburg, em Brisgau, entre 1936 e 1940, essa obra contém alguns textos fundamentais para entendermos porque o "Nietzsche" de Heidegger é tão influente quanto discutível. De fato, muitos filósofos e não filósofos conheceram Nietzsche a partir de Heidegger, mas isso - pelo visto - nem sempre os ajudou a ter uma visão mais clara do filósofo do eterno retorno. Michel Haar, por exemplo, diz que demorou muito para "encontrar" o verdadeiro Nietzsche.
Mas, discussões à parte, o próprio Heidegger deixa claro, no prefácio que escreveu para essa obra, que intencionalmente discute com frequência o mesmo texto, mudando apenas o contexto. Ele diz que as repetições podem dar ensejo a "repensarmos sempre novamente umas poucas ideias que determinam o todo". Mas, afinal, que poucas ideias são essas "que determinam o todo"? Heidegger se refere, sobretudo, às ideias de vontade de potência e de eterno retorno que, para ele, explicam verdadeiramente a obra de Nietzsche. Para Heidegger, não se conhece Nietzsche pelos seus outros escritos ou por nada que ele tenha dito de si mesmo. Conhece-se Nietzsche por esses dois conceitos, embora o próprio Nietzsche jamais tenha chegado a desenvolvê-los de forma metódica. É fato que Nietzsche tinha como projeto escrever a Vontade de Potência, onde trataria também do seu conceito de eterno retorno (que sempre apareceu de um modo enigmático em sua obra), mas ele jamais levou a termo tal intento. O que foi publicado com esse nome não passa de mais uma impostura, uma reunião de fragmentos organizados à revelia do próprio Nietzsche, sob a orientação de sua irmã Elisabeth.
Para Heidegger, que divide esse primeiro volume em três partes - Vontade de Poder como Arte, O Eterno Retorno do Mesmo e A Vontade de Poder como Conhecimento - é preciso pensar o conceito de "vontade" de duas maneiras: como título de uma obra capital que, no entanto, nunca chegou a ser escrita, e como a "designação que perfaz o caráter fundamental de todo ente". Para ele, Nietzsche é aquele que "desdobra e responde à questão diretriz do pensamento ocidental". Tal questão, que Heidegger não pára de apontar como confundida com a própria filosofia, é aquela que pergunta sobre o sentido do ser ou, mais propriamente, "o que é o ser?" Dessa forma, Heidegger filia Nietzsche à tradição e o apresenta como aquele que leva a metafísica "ao seu acabamento". A sua interpretação do eterno retorno como retorno do mesmo, como retorno de um ser que transcende os próprios entes, é - de fato - original, mas não encontra qualquer fundamento no pensamento de Nietzsche, que desconhece essa ideia de ser como algo que permanece o "mesmo" no seio do devir. Heidegger, no fundo, parece reduzir Nietzsche ao seu plano conceitual, pois é a ele (bem mais do que a Nietzsche) que interessa a ideia do ser.
Enfim, o livro de Heidegger é verdadeiramente polêmico e divide as opiniões. É inegável, digam o que disserem, que ele chegou à concepção de um Nietzsche que seria estranho ao próprio Nietzsche. É uma interpretação possível? Pode-se dizer que sim. Mas é uma interpretação que obscurece e enfraquece o próprio Nietzsche. Não é, certamente, um bom encontro (para falar como Espinosa). Que o Nietzsche de Heidegger é uma grande obra, ninguém ousaria negar isso. Ela é repleta de intuições, e é de uma erudição impressionante. Mas, infelizmente, ela parece falhar no seu propósito maior: nos fazer conhecer Nietzsche no que ele tem de mais original e profundo: sua crítica corrosiva à metafísica e à própria razão ocidental. Disso, podemos tirar a maior lição que Heidegger, mesmo sem intenção, poderia nos dar: a de que não existe interpretação, por melhor que seja, que substitua a leitura do próprio autor e de seus textos.
Quem deseja conhecer Nietzsche deve ler o próprio Nietzsche (para depois poder julgar melhor seus intérpretes). Se sua obra é um labirinto, é ao menos um labirinto que nos faz sair das entranhas dos conceitos puros e dos discursos infindáveis em torno de significados e significantes. Ela nos devolve o ar puro das montanhas, nos devolve o mundo. Porque ninguém foi menos niilista, menos metafísico do que esse filósofo que ousou dizer que é preciso afirmar incondicionalmente essa existência, no que ela tem de mais sombrio e também de mais belo.
                                                                                 Reportagem publicada pelo ESTADÃO

Vejamos agora a tese de mestrado de Eduardo Carli de Moraes:


Nada seria menos nietzschiano do que acomodar-se na crença de já conhecer Nietzsche, quando este pensador convida muito mais a que nunca estacionemos ou estagnemos em nenhum degrau do conhecimento, mas prossigamos subindo a aventurosa escada do saber – e do criar.  A superação do atual me parece uma convocação constante do pensamento nietzschiano, que repudia todo comodismo e toda estagnação, convidando-nos a uma postura existencial de procura contínua de superar o dado e criar o novo. E esta escada não leva ao céu, mas sim ao futuro – “a única transcendência do homem sem deus”, como diz Camus. Na sequência, compartilho o meu “discurso de abertura”, tentativa de “síntese” do que procuro explorar em mais detalhe e minúcia na tese, além de uma fotografia da banca, souvenir desta “manhã clara e nietzschiana”…
Uma das frases mais célebres de Nietzsche está em Ecce Homo: “Eu não sou um homem, eu sou dinamite” [1]. Já o sub-título de Crepúsculo dos Ídolos traz outra imagem de impacto: “Como filosofar com o martelo”. Estes dois retratos que Nietzsche pinta de si mesmo mostram que o filósofo sabe do potencial explosivo de suas críticas e demolições. Mas não nos esqueçamos que a dinamite não serve apenas para destruir e arruinar, mas também para abrir terreno para novas construções [2]. E também que um martelo, nas mãos de um escultor, serve para transformar um bloco de pedra em uma obra-de-arte, e que um médico, por sua vez, utiliza o martelo como instrumento para um diagnóstico clínico.
Na minha investigação, procurei compreender a filosofia nietzschiana como um empreendimento em que as facetas crítica e a criativa são indissociáveis, em que o destruidor e o criador estão reunidos. Uma máxima de A Gaia Ciência expressa isso muito bem: “Somente enquanto criadores temos o direito de destruir!” [3] Não considero, portanto, que o pensamento de Nietzsche seja motivado por um ímpeto apenas iconoclasta, polêmico e aniquilador. Mas sim que procura contribuir para libertar-nos do jugo de morais autoritárias, valores anti-naturais, superstições daninhas, dogmas inquestionados etc. A sabedoria nietzschiana nos convida à afirmação e à celebração da existência, em prol do desabrochar de potencialidades ainda não efetivadas, em favor de uma vitalidade ascendente e transbordante.
Neste trabalho, procurei mostrar que Nietzsche realiza não apenas uma crítica devastadora dos sistemas filosóficos metafísicos, das religiões instituídas e dos valores morais sacrossantos. Mas que há também um esforço, por parte do filósofo, em compartilhar uma sabedoria cujas características procurei explorar e que inclui uma revalorização do corpo, da sensorialidade, do devir, da multiplicidade, da alteridade, da pluralidade de perspectivas etc.

karamazov
“Se Deus não existisse, tudo seria permitido.” – Ivan Karamázov, personagem de Dostoiévski (1821-1881)
Apesar de muitas vezes referir-se a si mesmo como um “imoralista”, isto não significa, como procurei argumentar, que Nietzsche faça apologia de um vale-tudo moral, onde é abolida toda e qualquer responsabilidade e dever. Seria  simplista e falsificador atribuir a Nietzsche a célebre ideia do personagem de Dostoiévski, Ivan Karamázov, que sustenta que “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Procurei mostrar que a morte de Deus, em Nietzsche, é vista como acontecimento potencialmente libertador, como ocasião para a emergência de novos valores e estilos-de-vida.
“As consequências mais próximas [da morte de Deus], suas consequências para nós, não são, ao inverso do que talvez se poderia esperar, nada tristes e ensombrecedoras, mas antes são como uma nova espécie, difícil de descrever, de luz, felicidade, facilidade, serenidade, encorajamento, aurora… De fato, nós filósofos e ‘espíritos livres’ sentimo-nos, à notícia de que ‘o velho Deus está morto’, como que iluminados pelos raios de uma nova aurora; nosso coração transborda de gratidão, assombro, pressentimento, expectativa – eis que enfim o horizonte nos aparece livre outra vez, posto mesmo que não esteja claro, enfim podemos lançar outra vez a o largo nossos navios, navegar a todo perigo, toda ousadia do conhecedor é outra vez permitida, o mar, o nosso mar, está outra vez aberto, talvez nunca dantes houve tanto ‘mar aberto’…” (A Gaia Ciência, 343)
Procurei destacar a ruptura que Nietzsche realiza com uma das correntes hegemônicas da filosofia ocidental, o platonismo, em especial a cisão do real em dois “mundos” (o Sensível e o Inteligível), o que Nietzsche considera uma “fábula”. A ideia de um mundo metafísico, sobrenatural, suposta morada do absoluto e do imutável, seria, segundo o pensamento nietzschiano, um dos mais duradouros equívocos da história da filosofia. Procurei argumentar que, em Nietzsche, todos os conceitos abstratos da razão, forjados a partir da experiência empírica, permanecem tendo uma existência derivada, como produção de cérebros humanos necessariamente vinculados a corpos animados pela vontade. Procuramos elucidar, portanto, o quanto a filosofia de Nietzsche procura refletir sobre a base fisiológica e psico-somática de onde emergem os conceitos abstratos, os valores morais, as doutrinas religiosas etc. Trata-se, como indica Patrick Wotling, de “denunciar as interpretações falíveis que desde Platão triunfam na tradição filosófica, interpretações idealistas, que esquecem seu estatuto e sua fonte produtora, o corpo.” [4]
Procurei elucidar que Nietzsche se mostra contrário a todas as moralidades baseadas no ideal ascético, ou seja, que negam valor ao corpo, ao desejo, às paixões, ao tempo, à esfera dita “mundana”. A ascese, isto é, o esforço auto-mortificante de purificação, baseia-se em geral na crença em uma alma imortal, que supõe-se destinada a um destino glorioso no além-túmulo. Nietzsche diagnostica neste ideal ascético uma hostilidade contra a vida, uma “calúnia” contra a realidade terrena, um anátema lançado contra o corpo e seus instintos, uma incapacidade de afirmação da existência em sua real finitude e em seus incontornáveis tormentos. Como diz Oswaldo Giacóia, o ideal ascético, como se manifesta por exemplo no platonismo e no cristianismo, “leva a efeito um movimento de completa desvalorização da imanência em proveito da transcendência. (…) Representa, assim, a desvalorização absoluta do ‘mundo’ e da ‘vida’ em proveito de uma vida imaginária, de um ‘além-do-mundo’.”[5]

O esforço de crítica da moral que Nietzsche empreende, portanto, tem como intenção possibilitar uma libertação das energias vitais que foram sufocadas, reprimidas e culpabilizadas por doutrinas morais ascéticas que oprimem os corpos, condenam os prazeres e pregam a hipertrofia de uma razão tirânica contra as paixões. Como diz Tongeren, “mediante uma crítica à moral, Nietzsche pretende abandonar intencionalmente o caminho aplainado e descobrir a abertura para aquilo que é possível para além desse horizonte, a abertura para ‘muitas auroras que ainda não brilharam’.” [6]



Em meu trabalho destaco também que Nietzsche confere muita importância ao senso histórico, isto é, a um pensamento filosófico sempre atento ao ininterrupto fluir do tempo. Nietzsche forjou seu método genealógico no intento de compreender como vieram-a-ser as instituições, legislações, valores morais, costumes e crenças com que hoje nos deparamos. Compreender a origem histórica dos valores morais e relacionar seu surgimento a conflitos sociais de classe e jogos de dominação equivale a mostrar quão infundada e ilegítima é a pretensão das morais e das religiões de possuírem uma verdade eterna de fonte divina. Em Humano, Demasiado Humano, por exemplo, Nietzsche critica um defeito de muitos filósofos, que:
“Involuntariamente imaginam o homem como uma verdade eterna, como uma constante em todo o redemoinho, uma medida segura das coisas. Muitos chegam a tomar a configuração mais recente do homem, tal como surgiu sob a pressão de certas religiões e de certos eventos políticos, como a forma fixa de que se deve partir. Não querem aprender que o homem veio a ser, e que mesmo a faculdade de cognição veio a ser…  Tudo veio a ser, não existem fatos eternos, assim como não existem verdades absolutas. – Portanto, o filosofar histórico é doravante necessário, e com ele a virtude da modéstia.” [7]
Quis mostrar que a filosofia de Nietzsche combate, portanto, a ideia de que existem valores morais, sistemas filosóficos ou doutrinas religiosas de validade eterna, verdade absoluta ou universalidade legítima. A própria Humanidade é concebida como um fenômeno histórico, re-inserida na Natureza que lhe deu origem, de modo que Nietzsche rompe também com a noção criacionista de uma origem sobrenatural para o homem. Por estar “embarcado” na correnteza da história, e por ser uma espécie animal dentre milhões de outras que co-existem no seio da Natureza em fluxo, o homem é inescapavelmente um ser mutante, que integra um cosmos eternamente movediço. Quer aceite este seu destino, quer lute contra ele, cada um de nós, para usar a expressão da canção de Raul Seixas, é uma “metamorfose ambulante”. Procuro compreender o pensamento de Nietzsche, portanto, como fiel ao preceito do filósofo grego Heráclito, que sustentava que “tudo flui” e que “é impossível entrar duas vezes no mesmo rio”.
Considero ainda que Nietzsche jamais sugeriu “fazer tábula rasa do passado”, nunca elogiou o esquecimento da História ou o aniquilamento de seus legados, mas sim uma relação dinâmica e fecunda com o passado: como escreve Karl Jaspers, “em nenhuma parte Nietzsche estima o ato de esquecer o que foi transmitido pela história e recomeçar a partir do nada… Toda sua obra é penetrada por seu intercâmbio com a grandeza do passado, mesmo daquele que ele rejeitou.”[8]
Prova desta relação frutífera com o passado é o modo como Nietzsche reativa a potência do mundo grego pré-socrático, como por exemplo os ritos dionisíacos e a obra dos poetas trágicos (em especial Ésquilo e Sófloces). Nietzsche formulou assim uma sabedoria, que encarna em seu Zaratustra ou nos espíritos livres, cujas características procuramos explorar nessa pesquisa: trata-se de um sujeito afirmador de sua vontade e de seu corpo, criativo e questionador, capaz de superar todo ressentimento através do amor fati, que jamais se acomoda em sua estado atual e procura sempre superar-se, e que age no mundo mais como sátiro do que como santo, mais como dançarino do que como estátua. Em A Gaia Ciência, por exemplo, Nietzsche pinta o retrato do espírito livre, que seria dotado de “uma alegria e uma força de soberania  (…) em que o espírito recusaria toda fé, todo desejo de certeza, tendo prática em manter-se sobre as cordas leves de todas as possibilidades e até mesmo em dançar à beira do abismo. Esse seria o espírito livre por excelência.” [9]
Para Nietzsche, as convicções e os dogmas são inimigos do filósofo e prejudicam-nos em nossa aventura de conhecimento. Quem quer de fato tornar-se amigo da sabedoria tem de ousar libertar-se de certezas apaziguadoras, crenças reconfortantes e tomadas-de-partido inquestionadas. Como diz em Aurora: “A serpente que não pode mudar de pele perece. O mesmo ocorre com os espíritos que se impedem de mudar de opinião; cessam de ser espíritos.” [10] O filósofo autêntico, de acordo com Nietzsche, é uma figura em que se encarna um certo ímpeto heroico de busca pelo saber. Relembremos as palavras de Aurora:
“Nosso impulso ao conhecimento é demasiado forte para que ainda possamos estimar a felicidade sem conhecimento ou a felicidade de uma forte e firme ilusão. (…) A inquietude de descobrir e solucionar tornou-se tão atraente e imprescindível para nós (…) que o conhecimento transformou-se em paixão que não vacila ante nenhum sacrifício e nada teme, no fundo, senão sua própria extinção…” [11]

REFERÊNCIAS:
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[1] NIETZSCHE, Ecce Homo. Por Que Sou um Destino, §01.
[2] É o que aponta Martha Nussbaum: “Indeed, this was the whole purpose of genealogy as Nietzsche, Foucault’s precursor here, introduced it: to destroy idols once deemed necessary, and to clear the way for new possibilities of creation.” Citada por Brobjer, Nietzsche’s Ethics of Character, Pg. 49.
[3] NIETZSCHE. A Gaia Ciência, §58.
[4] Ibid. Pg. 155.
[5] GIACOIA, O. Labirintos da Alma: Nietzsche e a Auto-Supressão da Moral. Pg. 13-38.
[6] TONGEREN, P.V. A Moral da Crítica de Nietzsche à moral. Pg. 43-44.
[7] NIETZSCHE. Humano, Demasiado Humano. Capítulo 1, §2.
[8] JASPERS. Nietzsche: Introduction à sa Philosophie. Pg. 445.
[9] NIETZSCHE. A Gaia Ciência. §347.
[10] NIETZSCHE. Aurora.  §573.
[11] Ibid, §429.
[12] JASPERS. Op Cit. Pg. 231.
[13] GIACOIA. O Humano Como Memória e Como Promessa. Pg. 183.
[14] NIETZSCHE. Assim Falou Zaratustra. Op cit. Livro II, Dos Compassivos. Pg. 84.
[15] NIETZSCHE. Humano Demasiado Humano, §589.
[16] Humano, Demasiado Humano, § 129. Citado a partir de Lou Andreas-Salomé, op cit, Pg. 139: “Il n’y a pas assez d’amour et de bonté dans le monde pour avoir licence d’en rien prodiguer à des êtres imaginaires.”
Um blog de…

Eduardo Carli de Moraes https://www.facebook.com/eduardo.carlidemoraes


 

Atividade Reflexiva


1. Sobre si mesmo, Nietzsche afirmou: “Não sou um homem, sou uma dinamite”. Identifique e explique as “bombas” lançadas pelo filósofo nos domínios da moral e da religião.

2. Que críticas faz o filósofo alemão sobre a religião? Que relação ele vê entre ela e o desenvolvimento autêntico do ser humano?

3. Que críticas faz o filósofo sobre a moral?

4. O que é a transvalorização da moral?

5. O que significa a moral de rebanho?

6. Explique e distinga os conceitos de moral de escravos e moral de senhores.

FILMES: