quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Pensando os valores - Moral e Ética
Vivemos em uma sociedade dotada de uma cultura, um conjunto de hábitos, costumes, valores que regem/ influenciam o nosso modo de ser e se fazer no mundo. Todavia, sabemos, como nos fala Heráclito, que o mundo está em constante transformação.
 O discurso exposto pelo realismo aristotélico*, considerava o universo como ordenado por leis constantes e imutáveis. Essa ordem rege não só fenômenos naturais, mas também os de ordem política, moral ou estética. Alegando existir uma ciência "primeira", a metafísica, que estuda o ser e procura enunciar que essa ordem torna inteligíveis todos os fenômenos.
Neste cenário, a teoria ética filosófica objetiva estabelecer o bem tanto ao individuo quanto à sociedade num todo. Então, o comportamento ético é o que se considera prudente. Porém, uma questão central que a moral e a ética tratam, e que é muito difícil de responder, é "como devo agir para com os outros?". A visão sob a ética na filosofia grega clássica se faz mais empírica, claramente exposta nas obras de Aristóteles. ( FE RREIRA, 2009)
…os homens tornam- se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo seus instrumentos. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos. (ARISTÓTELES, II)
A ética, segundo Aristóteles, serve como condução do ser humano à felicidade, no sentido mais amplo da palavra. E é em toda interação, na dinâmica do convívio social, que se possibilita transparecer os valores éticos e morais humanos, assim como o desenvolvimento destes.
Aristóteles acreditava que o exagero é motivador para a criação de conflitos com outros indivíduos ou com a sociedade, e enquanto tal pode afetar o nosso caráter, com isso os excessos prejudicam a imagem do homem social. E é na observação e reflexão de tais fatos que irá surgir, originar-se a doutrina do justo meio, onde a virtude intermedia pontos extremos, os vícios ou defeitos de caráter. O comedimento, a moderação, o afastamento do excedente vem para amparar a conduta virtuosa. (FERREIRA, 2009)
Virtude (lat. Virtus). [...] Em um sentido ético, a virtude é uma qualidade positiva do indivíduo que faz com que este aja de forma a fazer o bem para si e para os outros. [...] Na filosofia moderna, a palavra "virtude" passou a designar a força da alma ou do caráter. Neste sentido moral, designa uma disposição moral para o bem. [...] a coragem, a justiça, a lealdade. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 1996, p. 271)
Em, A Ética a Nicômaco, principal obra de Aristóteles sobre ética, o pensador esclarece que a finalidade suprema que governa e justifica a maneira do ser humano conduzir seus atos e sua vida é a felicidade, que não está correlatada com os prazeres, nem implicita nas honrarias recebidas pelo ente agraciado, mas numa vida repleta de posturas e comportamentos virtuosos. E o homem dotado de prudência e habituado ao exercício de tal, encontra no justo meio entre os extremos de seus atos e decisões a virtude.
Então, seguindo a concepção do realismo aristotélico de que uma ordem subjacente rege as coisas, a virtude aparece como a medida determinada por esta ordem e pelos fins que a sobredeterminam visando o desenvolvimento pleno do ser humano. (FERREIRA, 2009)
Costuma-se dizer que nada há que acrescentar nem tirar nas coisas bem-feitas, considerando-se que o excesso ou a falta destrói a perfeição e a justa medida a con serva [...]. E a virtude que é mais perfeita e melhor que toda a arte, do mesmo modo que a natureza, tenderá para o meio. [.. .] Chamo meio da coisa o igualmente distante dos extremos, que é um e idêntico para todos, meio a respeito de nós, o que não é excesso nem falta. E este não é único nem idêntico para todos". (ARISTÓTELES, III)
"A virtude é uma disposição adquirida voluntariamente, consistindo, em relação a nós, em uma medida, definida pela razão conforme a conduta de um homem que age refletidamente. Ela consiste na medida justa entre dois extremos, um pelo excesso, outro pela falta". (ARISTÓTELES, VI)


          Com René Descartes, Pai da Filosofia Moderna, aprendemos que é o pensar que determina nossa existência enquanto seres de pensamentos. E, enquanto seres de intelecto, dotados de juízo, memória, percepção e razão, o homem é capaz de julgar, ter critérios, avaliar e agir sobre o mundo em constante mudança.
          Nesse processo é preciso pensar os valores que inundam nossa sociedade e consequentemente nossa vida. As questões morais dizem respeito diretamente sobre o nosso cotidiano, pois são os valores que são difundidos em forma de princípios e leis em nossa vida social. Todavia, esses valores são pensados pelo indivíduo (eu, você, nós) que os vive, pelo menos teoricamente? Ou são apenas ideais universais impostos arbitrariamente? Você já pensou sobre essa questão?
          Você vive conforme o seu querer, poder e fazer? Ou, em caso de resposta negativa: Você compreende, aceita e respeita o conjunto de valores morais que vivemos? Por que não sair nu pela via pública? Medo, constrangimento, consciência de respeitar o direito do outro, um princípio de conservação? Por que não ser corrupto? Por que respeita a liberdade de expressão? O que é bem e bom? O que é mal e mau? As respostas para essas questões são universais? Não se alteram ao longo do tempo, portanto absolutas? Ou são flexíveis? Permitem o movimento de pensar, antes, durante e após a ação do indivíduo?
           Caso sejam flexíveis, possibilitando o movimento de pensar, então estamos no universo da ética, no campo da práxis (prática), da ação ética enquanto uma ação reflexiva. Todavia, somos éticos? Agimos eticamente? Quando agimos eticamente? Enfim, “Aonde nós estamos no meio de tudo isso?”
Assim como nos fala o filósofo brasileiro Mario Sérgio Cortella pensar sobre ética é pensar sobre o que queremos, o que podemos e o que fazemos. Sabemos que enquanto seres de intelecto nossas ações não são definidas meramente por instinto ou mesmo pelo meio em que vivemos, caso isso aconteça existe algum problema (que não foi alvo desse trabalho). Todavia, pensar sobre os valores que inundam nosso sociedade é pensar também sobre o aparente paradoxo entre três expressões humanas, isto é, “nem tudo que queremos podemos, nem tudo que podemos fazemos, nem tudo que fazemos queremos”. Reflexão necessária para pensar os valores de nossa cultura e por estarem intrinsecamente relacionados ao nosso modo de ser e ser fazer no mundo é pensar diretamente sobre nossa vida
ProcessTarefa
Aos meus alunos do segundão, eis a atividade de avaliação contínua do primeiro bimestre.
Respondam em forma de texto a seguinte pergunta:

Moral dogmática ou ética reflexiva?
          A pesar de usar-se frequentemente moral e ética como sendo a  mesma coisa,  vamos pensar como alguns autores, em moral como aquilo já pré- estabelecido e imposto e ética como algo que parte de uma reflexão pelo indivíduo. Para haver liberdade precisa-se de uma regra geral e universal que atinja a todos (moral) ou pode ser algo refletido, também pelo indivíduo?
Agora, mãos a obra, assim como nos fala o filósofo alemão Immanuel Kant, não se ensina filosofia, mas sim a filosofar. Então, meus alunos, filosofem. Escrevam uma única redação com a colaboração de todos os integrantes envolvidos. Lembre-se: não sejamos e evitemos ser mimises, isto é meras cópias, mas expressem seus diferentes modo de ser e se fazer no mundo.

Com um olhar de questionamento e estranhamento entrem em contato com o conteúdo introdutório deste "blogquest" e com "um pensar por conta própria coletivo", utilizando como base esse conteúdo, o conteúdo de seu livro didático e demais conteúdos e livros que julgarem nescessários, escrevam esta "redação cooperativa", isto é, com a colaboração de todos os integrantes do grupo expressem o entendimento do grupo sobre a temática abordada (Ética). Atentem-se para a opinião do grupo sobre o conteúdo, não trata-se de cópia ou recorte de texto. 

Dessa forma, o grupo deverá entregar um texto com a seguinte estrutura:  introdução (O QUE É ÉTICA , ONDE SE APLICA)desenvolvimento(OPINIÃO DE FILÓSOFOS SOBRE ÉTICA,   ÉTICA NA SOCIEDADE BRASILEIRA ATUAL)conclusão.

Lembrem-se de utilizar a estrutura de apresentação de trablho: capa, anexos e bibliografia.
Para aprimorar seus pensamentos, faça as seguintes leituras:
ProcessProcesso de Argumentação
 
   
   
 
 

Com um olhar de estranhamento e questionamento leiam, assistam e escutem o conteúdo abordado em cada link abaixo:
Obs.: Clique no link para ler, assistir e escutar o material selecionado. Depois, de ler, assistir e escutar clique na seta na parte superior direta de seu navegador para retorna a esta página.  
Moral e ética:

Moral e Ética - Mário Sérgio Cortella
Moral e Ética
Ética e indiferença - Ser ou não ser? Viviana Mosé
Ser ou não ser - Sócrates, a ética - Viviane Mosé - Globo- Fantástico
Ouçam algumas músicas:
Cazuza- O tempo não para
Pitty - Admirável chip novo
Quando o morcego doa sangue
Ana Carolina- Unimultiplicidade
Revolução?
Geração coca-cola - Legião Urbana


EvaluationAvaliação



BásicoModeradoAvançado EXPERT                                                  Nota

Clareza e ObjetividadeTexto muito curto ou longo, linguagem obscura, que não possibilita a compreensão.Texto muito curto ou longo, linguagem obscura, mas que possibilita a compreensão de alguns pontos.Texto e linguagem adequados que possibilitam uma boa compreensão dos pontos principais.Texto e linguagem adequados, que possibilitam plena compreensão.25%

Abordagem por diferentes perspectivasO tema foi abordado sobre uma perspectiva.O tema foi trabalhado sobre duas perspectivas diferentes.O tema foi trabalhado sobre três perspectivas diferentes.O tema foi trabalhado sobre quatro ou mais perspectivas diferentes.25%

Discussão e envolvimentodo grupoConteúdo não é a suma de uma discussão e não mostra a articulação e envolvimento do grupo entre si mediante a temática.Conteúdo não é a suma de uma discussão, mas mostra o envolvimento do grupo em breves momentos.Conteúdo é a suma de uma discussão e que mostra o envolvimento do grupo.Conteúdo é a suma de uma discussão que mostra de forma integral o envolvimento do grupo entre si e com a temática.25%

ArgumentaçãoOs saberes não enriquecem e não se articulam com à realidade vivida.Os saberes não enriquecem, mas ocasionalmente e vagamente é possível vincular à sociedade em que vivemos.Saberes são enriquecedores e possibilitam o vínculo à realidade em que se vive.Saberes são enriquecedores e possbilitam pleno vínculo à vida prática.25%

E aí galera animada, que curte um jogo.Que tal unir o útil ao agradável?

Estudar Filosofia não é só através de leitura. Existem formas divertidas de se estudar Filosofia!  Confiram esses Games da Superinteressante. Uma forma de aprender brincando!
Um abraço,
Profª. Germana Furquim

Nesse jogo vocês pode escolher pensadores da história da filosofia para um torneio de artes marciais. Os lutadores são Platão, Santo Agostinho, Maquiavel, Rousseau, Descartes, Marx, Nietzsche, Sartre e Simone de Beauvoir.



         
Você sabe tudo de filosofia? Então veja se consegue associar cada um desses pensadores famosos com a escola filosófica que eles influenciaram.Nesse jogo da memória vocês têm que associar o filósofo à sua respectiva corrente filosófica. É bom para quem quer ter uma visão geral da história da Filosofia.


Considerados há muito tempo como antagônicos, mito e filosofia protagonizam atualmente uma (re)conciliação. Desde os primórdios, a Filosofia, busca do saber, é entendida como um discurso racional que surgiu para se contrapor ao modelo mítico desenvolvido na Grécia Antiga e que serviu como base de sua Paideia (educação).Nesse jogo da memória vocês podem testar os seus conhecimentos sobre mitologia grega. Basta associar a imagem ao nome da divindade grega.